sábado, outubro 04, 2008

ser macho.

já passara aproveitando a pseudo falta de espaço, e ainda precisou se expressar: 'puta mina gostosa'. ela levantou a cabeça e olhou com força dentro do olho do palhaço caipirinha. 'qual é?! ficou maluco?'. ele seguiu cabisbaixo até sua mesa.

quinta-feira, outubro 02, 2008

des-culpa-des!

desculpa,
desfaz a culpa,
essa minha culpa,
mea culpa,
culpa,
desculpa?
culpa dói,
nao é tua culpa
mas desculpa,
que essa culpa me corrói.
desculpa e apaga,
apaga a culpa,
eu pago a culpa,
desculpa?

terça-feira, setembro 30, 2008

que coisa, hein?!

a pergunta não é por que eu não consigo acordar antes das onze. a pergunta é por que não consigo dormir antes das duas. colecionar saudade é difícil, é preciso dar muito tchau pela estrada. as minhas paixões são sempre estranhas, as minhas manias mais ainda. 'saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem.' .clarice lispector.

o lauro.

o lauro veio do japão por causa da mulher. dois meses no brasil e eles se separaram. ele nunca a traiu, mas se arrepende. ela traiu ele. ele sorri com jeito japonês. já faz três anos. ele já teve outras seis namoradas. ele tenta a vida na augusta, como taxisista. ela vai pro japão mês que vem.

segunda-feira, setembro 29, 2008

a H, o R e o amor!

na contramão de todos os desencontros românticos e relacionamentos medíocres que acontecem ao meu redor, tem um casal que me faz acreditar no amor. os dois vivem o teatro e desfrutam uma sintonia linda de se ver. eles são jovens, passionais, livres e extremamente comprometidos: não só um com o outro, mas com algo mais profundo que eu nem me atreveria descrever. ele me mandou hoje uma poesia chamada 'nós', que ele escreveu sobre eles. eu vou colar aqui, porque me comoveu e é bonito demais pra guardar só pra mim: (em nenhum momento este post têm co-relação com o anterior...) NÓS você é perfume e é música, eu, coitado, sou poesia. você tem o dom do que exala, do que exalta, que preenche, refestela. eu sou este alinhar as linhas, condensar a coisa toda, ser oblíquo. o cheiro e a melodia são ambos inescapáveis: somos todos só sentidos estando diante deles. mas o caso da poesia é sempre pedir parada, é sempre pedir palavra, é sempre pedir silêncio. versos todos alinhados em retas riscas exatas esperam deciframento. a música (e o perfume) são o desfraldamento de algo que ali se abriga. eles tem (e você) a coisa de dominante de tomar a atmosfera; não são tomados da espera congelada das palavras (das palavras da poesia) detalhes e monumentos. momentos e eternidades. você é perfume e é música, eu, precário, sou poesia. por isso eu prefiro você, prefiro o cheiro, a melodia, o grito.

a inveja e eu.

eu não gosto de sentir inveja. e não é porque é feio, porque é uma transgressão a um mandamento. é porque é bem ruim mesmo. e faz um mal danado. quando eu sinto inveja, é como se ficasse cega. não consigo olhar para as coisas que sou ou tenho, fico única e exclusivamente focada naquilo que não tenho. e pior: chego a achar que a vida é injusta comigo. e eu sei que não é assim que a banda toca. sei que Deus ajuda quem cedo madruga, que é preciso força e coragem, e que sucesso é alcançado depois de muito esforço. e que sim, as coisas poderiam ser melhores, mas poderiam ser infinitamente piores. e eu, não quero mais sentir inveja. ou pelo menos quero controlá-la o mais cedo possível.