sexta-feira, junho 12, 2009

'e se...?' perguntou a íntima desconhecida.
'eu vou correr no parque', respondeu ela sem vacilar.
e assim foi. chegou em casa administrando os sentimentos, calçou os tênis e correu.
brigadeiro, 9 de julho, augusta, rebouças, augusta, 9 de julho, brigadeiro.
a cada gota de suor se sentia mais vazia dele.
repassou alguns pontos da conversa, lamentou alguns comentários, como se ele tratasse com leviandade o que ela tinha de melhor pra oferecer.
sentiu uma mágoa diminuta porque já sentia demais.
conversou com Deus e confiava que foi segundo a vontade dEle, e isso lhe dava paz.
não chorou, só pisava firme a cada passo.
e talvez não chorasse nunca mais.
se sentia ainda orgulhosa por ter enfrentado de maneira digna seus medos e fantasmas.
como zé, do chico buarque, chegou em casa e teve a sensação de ter ficado oca.
havia esgotado o assunto que mais lhe consumia e isso era renovador.
e era como se a vida recomeçasse e ela se sentia cheia de vontade de viver.
até porque o amor que ela lhe dedicava era dela, e isso não mudaria nunca.

tinham olhos de curiosidade e reconhecimento e me deram muito amor.
amor que eu retribuí num instinto maternal aflorado.
eles são marmanjos criados e temos quase a mesma idade,
mas alguma coisa no sorriso escancarado, no olhar de carência eterna (típico de sorteirões) me faz ser a tia mais tia do universo:
levanto cedo pra colocar a mesa para o café da manhã, verifico se estão devidamente agasalhados,
mando colocarem os chinelos, fico dando beijos e abraços sem fim e eles nem se constrangem.
passeamos, conversamos (muito), nos acolhemos e desfrutamos dessa coisa bonita, esse interesse genuíno, esse amor de sangue.
gabriel me deu flores: encheu meu quarto de gérberas.
leonel me fez um bolo: de chocolate, me favorito!
é indiscritível a sensação de ter a família por perto. uma sensação de pertencer, de segurança...
espero que venham mais vezes porque titia morre de saudade!

p.s.: vou postar mais fotinhos!


terça-feira, junho 09, 2009

neruda, que sempre cai bem!

" ya no se encantaram mis ojos em tu ojos.
ya no se endulzara junto a ti mi dolor
pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
y hacia donde camines llevarás mi dolor
fui tuyo, fueste mia. que más? juntos hicimos
un recodo en la ruta donde el amor paso
fui tuyo, fuiste mia. tu serás del que te ame.
del que corte en tu hearto lo que hae sembrado yo
yo me voy. estoy triste. pero siempre estoy triste.
vengo desde tus brazos. no se hacia donde voy.
... desde tu corazon me dice adios un niño
y yo le digo adios"



pablo neruda

ela brasileira, ele francês, se conheceram no caribe.
os dias passaram voando e eles aproveitaram cada segundo.
eles criaram uma língua própria, o amor aflorou, e continuaram juntos apesar da distância.
foram dois anos entre paris e são paulo, ela fiel e apaixonada. hoje ele disse que está confuso, inclusive sobre os sentimentos com relação à ela.
ela que é forte e divertida, chorou e se lamentou.
vai passar, sempre passa, mas até eu que era só expectadora lamento pelo fim de uma história de amor bem bonitinha!