quinta-feira, janeiro 15, 2009

o que se passa???? saí feliz e contente hoje, de melissa e batom vermelhos. fui ao diquinta, uma casa de samba-rock charmosíssima, com lisiantos (aprendi o nome da flor com a terú, melhor amiga dos idos da faculdade), onde toca chico e outras preciosidades. encontrei algumas amigas que foram embora relativamente cedo. eu preferi ficar sozinha e dançar até doer o pé, até me sentir de alma lavada, e assim o fiz. o dia havia sido de muito trabalho e alguns sentimentos ruins, achei que sair pra dançar num lugar que eu gosto muito faria com que me sentisse viva. estava com uma bolsinha de mão e umas tantas minhas coisas cairam no chão porque a bendita abriu e eu estava balançando as mãos no balanço do jorge ben. na hora de pagar a comanda tchan tchan tchan: perdi meu dinheiro!!! eu não trabalho com cartões e nem os teria, caso os usasse, eu perdi minha carteira no dia 31 de dezembro! fiquei meio desolada, comecei a chorar, comecei a procurar, com aquele sentimento de 'puta, de novo'. sem contar que bate aquela solidão situacional: 'não moça, eu tô sozinha aqui. aliás, eu sou sozinha aqui. não, meus pais não moram aqui. não, não, namorado eu também não tenho. nem bicho de estimação eu tenho moça!!!' a gerente da casa foi super humana (eu acredito na bondade de desconhecidos) e entendeu a situação (ponto pro diquinta), mas que saco! eu sempre fui cuidadosa e não me enquadrava no tipo que perde coisas por aí, mas alguma coisa mudou. minha personalidade? agora tenho traço típico dos que perdem carteiras, dinheiro e documentos? é a lei da vida? estou perdendo coisas para que alguém pare de perdê-las? ainda bem que a endorfina da dança não foi amenizada pelo estresse da perda. ainda bem.

terça-feira, janeiro 13, 2009

essa madrugada o sono me fugiu. insone, tive a brilhante idéia de imitar o marcelo rubens paiva: pensar em um amigo e fazer um vídeo mental dos melhores momentos com aquela pessoa. a pessoa escolhida foi a fran, amiga querida que hoje mora em londres. a idéia funcionou melhor do que o imaginado, mas não para o sono aparecer: foram dois minutos e as imagens coladas na minha cabeça me emocionaram. senti uma saudade angustiante por lembrar de tanta coisa bonita, difícil e bacana que passamos juntas. lembrei da risada dela e da maneira como secava as lágrimas e soluçava me dizendo de quem sentia falta. lembrei com muita saudade da sua voz falando 'amigaaaaa'. lembrei de um terraço em moema, de uma sacada na brigadeiro, de uma banca na paulista, onde tantas vezes abrimos o coração e trocamos confidências. lembrei dela pulando de uma escada pra me salvar de uma namorada ciumenta. lembrei do seu cabelo liso, do seu cabelo crexpo. lembrei da gente doidinha pra fazer coisa errada num sábado lá na benedito calixto. e como quem procura acha... lembrei de uma ressaca no aeroporto e de uma ligação em uma manhã de dezembro. lembrei de um porre homérico e dela tentando me convencer a não ligar pra quem não devia. lembrei de 20,00 reais e de um alex curitibano. lembrei das viagens sobre Deus, deuses, vida, profissão, futuro, filhos, homens, sexo, mães, irmãs, amizades, passado, namorados, pretendentes. lembrei de mim apaixonada e dela tentando me colocar no eixo. lembrei dela, impulsiva, falando com quem não devia, na hora em que não podia. lembrei da gente brigando com os namorados e rindo deles. lembrei da gente ganhando rosa como pedido de desculpa dos namorados arrependidos. lembrei que a gente terminou o namoro no mesmo dia e aí... e aí a gente queria que o mundo acabasse numa pista de dança, numa roda de samba, numa mesa de bar. lembrei de um carnaval atrasado e de uma puta confusão. lembrei de mim morrendo de ciúmes. lembrei de um dia de febre em que ela chegou. lembrei que um dia eu a magoei e ela me perdoou. lembrei dos últimos 10 reais compartilhados. lembrei do olhar de cumplicidade. lembrei dos gatinhos de verde e de azul. lembrei de pão-de-queijo, guaraná e bis branco. lembrei de um vestido florido, de uma alegria contagiante, de uma cumplicidade ímpar. e lembrando de tudo isso meu coração ficou pequeno e eu chorei. chorei até dormir.