quinta-feira, maio 13, 2010

dos presentes que mais me tocam,
sem dúvida nenhuma, os que chegam em forma de palavras chegam mais fundo
o escrever demanda tempo, dedicação, apagar e tornar a escrever.
abaixo um agrado destes.
de alguém que se torna interessante justamente pelas palavras que usa, mas também pelas que não usa.

Prisioneira

Comprei mil quilos de arame farpado
Quase deu errado
Mas arranjei mil metros de corda grossa
Só para te amarrar nessa minha pobre joça.
Na cama te quero
E espero te amar à exaustão
Espernear feito ser em compulsão
Ter você como minha prisioneira
Melhor do que tê-la como arruaceira
Bagunçando meu besta coração.
Não quero te enganar nem te esganar
Só quero fazer amor do bom
Com sabor e amora e limão.

Levantei um muro imenso
Com cinco metros de cerca
E longo comprimento
Para o teu redor cercar
E em presa imóvel te transformar.
Quero te fazer girar feito peão
Rosnando qual um leão
Até destruir minha solidão.
Não te desejo nenhum mal
Só quero fazer muito amor
Dum jeito que você nunca fez igual.

Armei arsenal de canhões
Todos em várias direções
Para não te errar
Para que só meu nome saiba narrar.
Te ameaço efusivamente
Te toco berrante
Para que você não siga errante
Como cigana de antigamente.
Não te desejo infelicidade
Só quero te matar
De tanto que vamos nos amar.

E te quero tanto
Que o arame não usei
Porque jamais errei
Nas cordas não dei nó
Porque de mim tive dó
Na cerca fiz uma porta sem tranca
Se quiser você se arranca
Nos canhões não pus bala
Prefiro arrumar uma enorme mala
E vagar, por aí sair
Sem jamais te ferir.
e.f.
03/05/2010

faz tempo que não passo por aqui,
tempo que deu voltas e revirou meu mundo.
em pouco mais de seis meses tenho um terceiro endereço,
e agora já tenho até medo de nunca mais me sentir, realmente, em casa.
a parte boa é que, cada lugar novo, traz consigo pessoas novas,
e essas sim, me são sempre gratas surpresas
as minhas favoritas, pra bem da verdade!



e tem ainda aquelas pessoas que não importando a geografia, estão com você onde quer que seja.