os olhos fugiam do livro, sob a proteção dos óculos, o sorriso misturando nervosismo e felicidade. o abraço. ah, o abraço. aquele espaço perfeito entre a saudade e a vontade. (um dia ainda eternizo esse abraço). a admiração nos olhos, as palavras embriagadas no turbilhão de sentimento, saem como que obrigação. na verdade são desnecessárias quando o sentir invade os poros. um prazeiroso desconforto, como se fosse possível redescobrir. o reflexo do vidro ajuda a não perder de vista. a imaginação do toque, vontade de pertecer, ir ao encontro desse cheiro de saudade que me inebria. as últimas palavras, o beijo estalado na bochecha, o abraço desconcertado, a felicidade no sorriso, a saudade rolando pelo rosto. o sorriso se vai com a felicidade, a saudade sempre fica.
Pássaros de papel não voam
Há 9 anos
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